segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bikes fixas e melhorias da cidade

Este é um artigo que não escrevo, apenas replico, ou re-blogo ou replico, ou "re:"; porque o original está ótimo!

Como parte do projeto CICLOROTAS CENTRO, haverá amanhã no Studio X um bate papo sobre bicicletas fixas, tocado por quem entende do assunto.



Detalhes: http://transporteativo.org.br/wp/2013/08/18/um-bate-papo-sobre-bicicletas-fixas/

É amanhã!

Até o próximo...

domingo, 11 de agosto de 2013

Bicicleta dobrável é boa? (Parte 1)

Diariamente recebo e-mails e contatos de pessoas que desejam ter uma bicicleta dobrável, mas se sentem inseguras em relação à escolha.

São muitos tipos de dúvidas: saber se não vão quebrar no meio, se são boas, confiáveis, quais marcas valem mais à pena etc.

Resolvi então compilar este conjunto de questões e colocar aqui. Inicialmente ia colocar tudo em um artigo só, mas ficou muito grande e resolvi dividir em 2.
Este é o primeiro, ambos foram construídos em forma de perguntas e respostas. Mas não se acanhe, se tiver alguma dúvida que não está respondida aqui, pode fazer contato que será um prazer ajudar!

Bicicleta dobrável é boa?
Esta é a principal pergunta não é?
Bem, vamos lá: aqui no Brasil a gente ainda não pensa fortemente em bicicleta como veículo, como meio de transporte; ainda temos a ideia de que bicicleta é um brinquedo, um objeto de lazer ou um acessório esportivo. Por isso achamos um absurdo pagar mais de 1000 reais em uma bicicleta.

É comum ouvir comentários do tipo “- caramba, 3000 reais numa bicicleta? Porque não comprou logo uma moto?”.
Parece piada, mas não é! Precisa responder?
A gente ainda acha plausível pagar 30 mil numa moto ou 100 mil num automóvel, cheios de tecnologia e segurança; mas acha absurdo pagar 3000 em uma bicicleta, cheia de tecnologia e segurança.
Afinal, só vale à pena ter tecnologia e segurança nestes veículos motorizados? Só com eles vale à pena despender dinheiro?

Talvez você esteja se perguntando “o que isso tem a ver com qualidade de bicicleta dobrável?”. Parece-me que tudo tem a ver, vejam:
Já que achamos absurdo pagar caro numa bicicleta - que é "um brinquedo", é comum o pensamento de comprar então uma bicicleta mais barata "só para passear, experimentar e ver se gosta, para depois comprar uma melhor".
Na verdade, isso é "um tiro no pé", porque acabamos endossando a ideia de que bicicleta é brinquedo. Bicicletas ruins não fazem as pessoas gostarem delas – ao contrário – fazem crer que ”bicicleta é uma coisa muito ruim e desconfortável”.

Em tempo, duas historietas:
1) Tenho um conhecido que batia o pé dizendo que bicicletas dobráveis eram uma porqueira, que eram ruins, desconfortáveis e frágeis. Várias pessoas insistiam que ele estava errado, que - baseado em uma experiência pessoal ruim - começou a vender a ideia de que bicicleta dobrável não prestava.
Fizemos então a proposta de ele experimentar uma bicicleta dobrável de verdade, de qualidade.
Ele experimentou e sabe o que aconteceu? Passou a adorar bicicletas dobráveis, querendo um dia comprar uma de verdade!
2) Por acaso tenho uma amiga que comprou uma dobrável também, usou umas 2 vezes e disse o mesmo - que bicicleta dobrável não prestava e queria se desfazer dela.
Sabe o que os 2 tinham em comum? Compraram uma dobrável ruim, por acaso ambas eram do mesmo modelo (mas não vou dizer o modelo por hora, vou dizer apenas que é uma das que mais vejo pelas ruas).

Então, a resposta para a pergunta acima (bicicleta dobrável é boa?) é a seguinte:
Assim como qualquer outro tipo de bicicleta, existem as de melhor qualidade (de ponta) e as mais simples (de entrada). O fato de serem dobráveis, não as fazem ser piores ou melhores que bicicletas não dobráveis ou "normais".
Existem então bicicletas dobráveis boas e ruins.
A característica que diferencia as dobráveis das outras bicicletas não é a qualidade, mas uma série de outras tantas. Algumas enumerarei aqui.

As dobráveis possuem como um grande diferencial a portabilidade, ou seja, são fáceis de transportar e guardar. Além disso, possuem mais um ótimo: como possuem uma ampla “envergadura”, é possível ser utilizada por pessoas de vários tamanhos, possibilitando – por exemplo – que todas as pessoas de uma família possam usar a mesma bicicleta, regulando apenas altura de guidão e selim.
Para vocês terem uma ideia: eu tenho 1,87m e meu filho de 6 anos, com 1,25m. Ambos andamos em minha dobrável!

Eu posso dizer então que “sim, bicicletas dobráveis são ótimas para atender à necessidade de transporte e armazenagem”.
Mas existem bicicletas dobráveis ruins, assim como qualquer outro tipo de bicicleta.

E mais: praticamente todos os modelos de nosso mercado ainda tem uma grande vantagem sobre as outras bikes: são ótimas bicicletas urbanas, pois possuem pára-lamas, bagageiro e cobre corrente - itens fundamentais em qualquer bicicleta urbana, e muito difícil de encontrar em nosso mercado. Para completar podem perfeitamente ser mescladas com outros modais de transporte, em muitos casos dobra-se e entra-se no trem, barca ou metrô.

Vamos então às perguntas e respostas!

Bicicleta dobrável não é muito frágil?
É muito comum as pessoas terem esta impressão e me perguntam bastante isso.
Tem gente que chega a dizer "caramba, eu tenho a impressão de que ela vai partir ao meio comigo em cima!".
Como já disse em outras respostas aqui, o que faz a bicicleta ser boa ou ruim não é o fato de ser dobrável ou não, mas a qualidade de sua estrutura e componentes.

Existem bicicletas "normais" que são absurdamente mais frágeis que qualquer dobrável do mercado!

Mas de um modo geral a estrutura já está mais do que aperfeiçoada, com raríssimas exceções, praticamente todos os modelos de bicicletas dobráveis do mercado são tão ou mais resistentes que a maioria das bicicletas na mesma faixa de preços.

Uma curiosidade: mais de 50% das bicicletas dobráveis do mundo são construídas pela DAHON (ou em fábricas autorizadas pela DAHON)! Outras marcas apenas colocam o seu selo; é o caso da SOUL D70, algumas DURBANs etc. Ou seja, são de ótima qualidade!

Então: bicicleta dobrável não é fragil!

Aproveito e respondo também a outra pergunta associada:

Sou muito pesado, será que a bicicleta dobrável não vai quebrar comigo em cima?

Não!
O peso padrão que elas aguentam oficialmente é 105Kg. Mas isso é um calibre de segurança. Pela minha experiência, eu diria que um usuário de até 120Kg pode andar com total segurança.

Mas ultrapassar esse limite não significa que a bicicleta vai quebrar ao meio! Significa apenas que sua estrutura ficará desgastada mais rapidamente e os componentes mecânicos diretamente relacionados precisarão de manutenção com mais frequência.

Enfim, o que se deve deixar de ter na cabeça é a imagem de fragilidade que estas bicicletas podem passar num olhar mais desatento.

No entanto não se esqueçam das diferenças de qualidade! Modelos mais simples e básicos podem sim ter componentes mais frágeis!
Eu já vi mais de uma Blitz City com o canote entortado e amassado a ponto de não poder mais ser usado. E para completar, esse não é um item fácil de ser encontrado.
Isso ocorre pelo conjunto peso/altura do usuário, associada à baixa qualidade da bicicleta.
Quando o usuário precisa subir o canote um pouco mais (ele é curto e fino demais para uma dobrável), um pedaço muito pequeno fica internalizado no quadro. Irremediavelmente ele se dobra. Por sorte ele não é de alumínio, pois nesse caso poderia se partir em vez que entortar.

Quais as marcas de bicicleta dobrável você indica?


Esta é a pergunta de ouro, não é? Praticamente todos perguntam a mesma coisa.

Antes de tudo é importante dizer que indicar bicicleta de uma forma generalizada é arriscado, pois cada uso demanda um tipo de bicicleta e é preciso analisar com cuidado casa necessidade.

Então vou apenas sugerir as bicicletas que possuem uma boa relação custo benefício, ok?

Vamos lá: baseado em outras respostas aqui neste post (sugiro ler outros para entender o motivo das indicações), assim como qualquer outro tipo de bicicleta, existem as boas e as ruins. E praticamente todos os fabricantes/distribuidores possuem modelos de entrada (mais simples e baratos) e alguns modelos de ponta (melhores e mais caros).

De um modo geral eu sempre indico a DAHON sem pensar duas vezes. Agora tem surgido aqui em nosso mercado - ainda timidamente - a TERN que é de primeira, além da DURBAN.

É claro que existem modelos de entrada e modelos de ponta, mas vou me basear nos modelos médios (nem mais baratos nem mais caros), que são os que indico para qualquer pessoa que deseja ter a sua primeira dobrável:
  • DAHON ECO (ECO3, C6, C7)


  • TERN LINK C7

  • TERN LINK D8

  • DURBAN BAY PRO

  • DURBAN BAY 6




  • TITO TO GO ARO 20

  • SOUL D70


Os modelos acima encontram-se numa faixa de preços que varia entre 900 e 2000 reais aproximadamente. Infelizmente, abaixo destes valores provavelmente só se comprará bicicletas muito simples que certamente demandarão manutenção logo nas primeiras semanas de uso, fazendo o barato sair caro; fazendo muita gente pensar que "bicicleta dobrável é muito ruim".

Então, com estas indicações acima, ajudo a responder outra pergunta (As bicicletas dobráveis são muito caras, não vale a pena comprar essa de 600 reais?): Eu não aconselho a compra de bicicletas dobráveis novas por menos de 600 reais. Acredite, sempre vale à pena gastar um pouco mais.


O que a bicicleta dobrável tem de diferente das outras?
Basicamente a estrutura do quadro, os sistemas de dobras, suporte do guidão e canote do selim. Algumas raras ainda utilizam um câmbio traseiro específico.

Na verdade uma bicicleta é composta de quadro+garfo e componentes que se apoiam nesta estrutura de quadro+garfo.
A grande maioria destes componentes é comum a vários tipos, tamanhos e modelos de bicicletas (por exemplo: sistemas de freios, cabos, sistemas de marcha, rodas, pneus, selins e componentes mecânicos).

Em outras palavras, tirando a estrutura de quadro+garfo, praticamente todos os componentes das bicicletas dobráveis são os mesmos das bicicletas "normais"!


Não é difícil encontrar peças para bicicletas dobráveis?
Parte desta resposta já está respondida em outras perguntas. Como eu já disse em "O que a bicicleta dobrável tem de diferente das outras?", tirando a estrutura de quadro+garfo, praticamente todos os outros componentes são comuns a ouras bicicletas, portanto não terá problemas em encontrar peças.

Existem partes específicas, como suporte do guidão, canote do selim e componentes dos sistemas de dobra que poem ser encontrados em algumas lojas que trabalham com dobráveis, mesmo que eles não possuam os itens em estoque, é possível encomendá-los com os distribuidores.


As bicicletas dobráveis são muito caras, não vale a pena comprar essa de 500 reais?
Também me parece que já respondi esta pergunta em "Bicicleta dobrável é boa?", mas vou ser mais específico:
Nesta semana recebi um contato de uma leitora que narrou sua ótima experiência com uma Blitz City (uma das mais simples do mercado). Mas também já vi gente execrar esta bicicleta (eu sou um deles).
Então a gente se pergunta se vale ou não a pena comprar, se não seria apenas uma questão de gosto pessoal.
Bem, eu não posso dissertar sobre gosto ou sobre coisas subjetivas, portanto isso não entra na avaliação, vou focar nos itens objetivos:

As dobráveis são normalmente um pouco mais caras que as bicicletas "normais" por conta mesmo de sua estrutura especial - naturalmente mais cara. Por isso, as dobráveis mais baratas já custam o preço de bicicletas "normais" que parecem ser bem melhores.
Portanto, ao pensar em bicicletas dobráveis já devemos ter em mente que o preço delas já começa em uma faixa de preços maior que as outras bicicletas.

Então aquela bicicleta dobrável de 600 reais é a mais barata que existe e - naturalmente - ela é bem simples.
Ser simples quer dizer que ela possui componentes muito simples e normalmente frágeis, que vão se quebrar ou danificar logo.
A quebra de muitos componentes pode representar apenas um gasto a mais, mas a quebra alguns outros pode comprometer seriamente a segurança e isso é o ponto mais importante.
Quebrar um item mecânico frágil é bem mais sério que quebrar um pára-lamas por exemplo.

Então quando se está comprando uma bicicleta de entrada como estas dobráveis em torno de 600 reais, precisamos ter em mente que esta é uma bicicleta muito frágil, com componentes frágeis e também é muito desconfortável.

Muita gente não releva a falta de qualidade e conforto de uma bicicleta porque não tem muitas referências, mas só quando a gente começa a andar em bikes de qualidade, que "só precisa andar sem preocupar em trocar nada" é que arrepende de não ter comprado logo uma bike boa.
Eu precisei passar por isso para aprender, portanto quem avisa amigo é.

Em tempo: como nós vivemos na sociedade do automóvel, vou fazer uma paródia que é bem fácil de entendermos, pois muitos de nós já passou por situação semelhante:

Cansamos de ouvir a frase "esse carro é excelente, fiquei usando ele anos e só parava para colocar gasolina e água, nunca me deu uma dor de cabeça" em contraposição à frase "puxa, esse carro só me deu dor de cabeça, todo mês tinha que trocar alguma coisa, vivia na oficina".

Pois bem, essa é mais ou menos a diferença entre comprar uma dobrável boa e uma ruim, de 500 reais ou menos.

...

Bem, é possível que novas perguntas e respostas surjam aqui com o tempo, portanto, vale a pena voltar para conferir, ok?

Na sequência responderei às seguintes perguntas:
  • Quais as principais vantagens das bicicletas dobráveis?
  • Qual a diferenças entre as dobráveis aro 16, 20 e 24?
  • Sou muito alto, será que vai caber? Não vou ficar ridículo em cima dela?
  • Qual a melhor marca de bicicleta dobrável?
  • Qual a pior marca de bicicleta dobrável?
  • Quais são os modelos atuais disponíveis no mercado?
  • Quais os modelos que você não indica?
  • Vou viajar, vale à pena comprar lá fora e trazer?

Veja aqui todas as avaliações/reviews de bicicletas dobráveis feitas aqui no Blog.

E para fechar incluí um bom vídeo do Luiz Felipe, explicando o conceito da construção das bicicletas dobráveis:


Outros artigos da série:
Bicicleta dobrável é boa? (Parte 1,5)
Bicicleta dobrável é boa? (Parte 1,7)

(Atualizado em 26/01/2017)

Nota de 26/01/2017: Pessoal, por algum motivo que desconheço, não tenho mais conseguido responder a perguntas neste artigo, imagino que seja alguma limitação do Blogger.
Portanto se tiverem alguma dúvida, peço que me enviem e-mail ou mesmo postem a pergunta em outro artigo da série.
;-)

Até o próximo...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Que tal ajudar a construir rotas seguras para pedalar?

A colaboração é um termo autoexplicativo e que - na maioria das vezes - é recursivo e quase sempre volta para a pessoa que executou a ação.

É meio que uma corrente do bem.

Há uma destas correntes correndo neste momento, um projeto para criar rotas mais seguras para ciclistas, a partir de colaboração dos próprios ciclistas. Mas em vez de ficar tentando explicar vou deixar o próprio projeto se explicar:

Aplicativo de mapeamento de rotas de ciclistas pede apoio via crowdfunding
O objetivo é descobrir os pontos mais frequentados pelas bicicletas

Um aplicativo em que os ciclistas podem mapear suas rotas e pontos de interesse, como oficinas de bicicletas, falta de segurança e buracos. Esse é o Itinere, que tem o objetivo de descobrir os locais por onde os ciclistas mais passam, informando os melhores caminhos e que servirá como ferramenta para o poder público criar/ampliar a infraestrutura cicloviária.

O crowdfunding, ou financiamento coletivo, que acontece no site Benfeitoria, pretende arrecadar R$ 13 mil em um mês. Aos colaboradores é destinada uma recompensa proporcional à colaboração, como crachás, placas para decorar a bike, buzina trim trim e até mesmo uma bolsa que se acopla à bicicleta. Ao final da captação acontecerá um passeio ciclístico que reunirá os colaboradores.

O aplicativo Itinere faz parte do projeto transmídia Bike Lovers, que conta com uma série de tv, um documentário e um board na rede social Pinterest. O projeto foi vencedor da competição transmídia Cuban Hat dentro do evento Sunny Side of The Doc, na França, em Junho.

Entenda mais um pouco assistindo ao vídeo de divulgação:


Está se perguntando como pode ajudar?
De muitas formas: divulgando, participando, contribuindo.
Mas para que o projeto possa acontecer ele precisa apenas de uma pequena ajuda financeira, que pode ser de até 15 reais!

Veja na página de captação do projeto como você pode ajudar: http://benfeitoria.com/itinere.

Então divulgue, contribua, participe. Você e todos agradecem!

Até o próximo...
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